domingo, 3 de setembro de 2017

FILOSOFIA DA RELIGIÃO - QUESTÕES DE REVISÃO

_______________________________Questão 01
O que é a Filosofia da Religião?

R: É um ramo da Filosofia que investiga as origens e a natureza   de fenômeno religioso e estuda a influência da religião no comportamento humano e nas sociedades.

______________________________Questão 02
Qual a compreensão de Platão sobre o demiurgo?

R: Platão compreende o demiurgo como uma força ordenadora de tudo, ou seja, a alma do mundo: o demiurgo dotou o mundo, além de um corpo perfeito também de alma e de inteligência perfeitas. Assim criou a alma do mundo servindo-se de três princípios: a essência, o idêntico e o diferente. E uniu a alma do corpo do mundo.

______________________________Questão 03
Como era o primeiro motor de Aristóteles?

R: Segundo Aristóteles o primeiro motor e responsável pelo principio do movimento; e, ao mesmo tempo, causa e finalidade. Ele e o causador do inicio do movimento dos astros e das efemeridades celestes.

______________________________Questão 04
Quais eram as três correntes filosóficas da cultura helenística?

R: O estoicismo, o epicurismo e ceticismo.

______________________________Questão 05
O que era a filosofia estoica?

R: O pensamento filosófico dos estoicos se baseava no entendimento da condição trágica do ser humano, cujo destino esta ligada a dor, ao sofrimento e finalmente, a morte e, situações irremediáveis.  

______________________________Questão 06
Qual era o Fundamento Filosófico do epicurismo?

R: O epicurismo, por sua vez, e uma escola filosófica helenística fundada pelo pensador grego Epicuro, cuja filosofia apontada para o prazer com o caminho para a felicidade e do sentido da vida.

______________________________Questão 08
O que foi o hedonismo?

R: É uma doutrina filosófica que proclama o prazer como fim supremo da vida. Portanto, para os hedonistas, a base da existência humana deve ser marcada pela busca do prazer e pela superação da dor.

______________________________Questão 09
O que foi o ceticismo?

R: Foi uma corrente filosófica que pregava que não se pode conhecer a verdade.

______________________________Questão 10
Qual era o objeto de estudo da Filosofia da Religião?

R: O objeto de estudo da Filosofia da Religião toma como estudo questões relacionadas como a transcendência e a existência de Deus, a espiritualidade e o fenômeno religioso do ponto de vista filosófico, o que significa dizer que não podemos confundi-la como a Teologia, a apologética ou a fenologia da religião.

______________________________Questão 11
O que foi o fenômeno religioso?

R: O estudo do fenômeno religioso, em função da sua especificidade, tem papel fundamental da compreensão da dimensão religiosa de um povo, pois sempre estar em sintonia com a cultura e os costumes de uma determinada população.    

______________________________Questão 12
Como se deu a privatização religiosa?

R: Se deu a partir do momento em que podemos compreender o crescente aumento, no período moderno, de pessoas que se dizem possuidoras de espiritualidade, porem, sem a prática da adesão a uma determinada instituição religiosa.  

______________________________Questão 13
Quais as principais escolas filosóficas do período medieval?

R: Duas grandes escolas filosóficas despertaram na Idade Media: a patrística e a escolástica.


______________________________Questão 14
O que foi a escola filosófica patrística?

R: Denominamos a escola patrística a doutrina dos autores da Antiguidade, ou seja, a ciência dos chamados Padres da Igreja,

______________________________Questão 15
O que foi a escola filosófica escolástica?

R: Foi o conjunto de doutrinas e sistemas filosóficos e teológicos que emergiu durante a Idade Media e teve preocupação estabelecer um nexo entre a fé e a razão.

______________________________Questão 16
Quais são as três fases da escola filosófica escolástica?

R: Foi o primeiro primitivo (século IX-XII), o segundo apogeu (século XII) e o terceiro a decadência (século XIV-XV).
______________________________Questão 17
 Qual era o pensamento de Agostinho de Hipona?

R: Ele foi um dos principais pensadores do inicio do cristianismo da época conhecida por patrística e foi quando se tornou um grande filosofo e deu inicio a sua carreira no estudo e no ensino da gramatica e da retorica. Da gramática, Agostinho passou para a investigação filosófica, ingressando na seita dos maniqueístas, corrente que defendia a existência de dois princípios ativos, o bem e mal. Ele superou esse dualismo quando aceitou o pensamento Plotino, que defendia a tese de que o mal é a ausência do bem. 

______________________________Questão 18
Qual foi a Suma Teológica de Tomás de Aquino?

R: A Suma Teológica, obra-prima envolvendo a filosofia e a Teologia, que comporta argumentos racionais e logicas para demonstrar a fé e atestar a existência de Deus.

______________________________Questão 19
O que divergia entre Duns Scotto e Tomás de Aquino?

R: O ponto de partida básico, que o separa de Santo Tomás é: a) O contraste entre a verdade racional da metafisica – própria da razão humana e valido, portanto, para todos os homens – e verdade da fé a qual a razão pode somente se submeter e que tem uma certeza bem sólida para os católicos. O outo ponto é: b) A fé não tem nada a ver com a ciência. A fé pertence ao domínio prático. “A fé não é um habito especulativo, nem o crer é um ato especulativo, nem a visão que urge ao crer é uma visão especulativa, mas prática”.

______________________________Questão 20
Como pensava de Guilherme de Ockham?

R: Foi um dos que levou a radicalidade da separação entre a fé e a razão e, portanto, para ele, filosofia e a teologia trilharam caminhos completamente diferentes.
   
______________________________Questão 21
Quem foi João Wyclif?

R: Foi um teólogo que discriminou suas ideias reformistas entre o povo e procurou aproximá-lo de uma leitura direta da Bíblia, sem a intermediação da hierarquia eclesiástica.   

sexta-feira, 25 de agosto de 2017

TECNOLOGIA A SERVIÇO DA INCLUSÃO ESCOLAR


Colégio em Ação (CA) desenvolve Tecnologia para Estudantes com Deficiência Intelectual

Por: Josuel de Souza Ferreira – RU: 1156849
Polo – PAP – Feira de Santana/BA
Data: 15/08/2017

Essa reportagem tem como tema “Tecnologia a Serviço da Inclusão Escolar” tem como objetivo mostrar a importância das Tecnologias de Informação e Comunicação na educação, visando inserir os alunos que tem Deficiência Intelectual e preparar os docentes e gestores escolares para a lhe dar com esses tipos de deficiência intelectual e, com as Tecnologias de Informação e Comunicação-TIC. Sendo assim, essas ferramentas são necessárias para os processos pedagógicos da Instituição Escolar. Com isso, a Deficiência Intelectual, de acordo com a Associação Americana sobre Deficiência Intelectual do Desenvolvimento AAIDD, é caracterizada por um funcionamento intelectual inferior a media que chamamos de QI. Segundo a mesma, diz que é associado a limitações adaptativas em pelo menos duas áreas de habilidades. Essas habilidades são: a comunicação, o autocuidado, a vida no lar, a adaptação social, a saúde e a segurança. Para a AAIDD uso desses recursos da comunidade é favorável junto à determinação, funções acadêmicas, lazer e desenvolvimento do trabalho. Nós sabemos que esses tipos de Deficiência Intelectual se manifestam antes dos 18 (dezoito) anos de idade. Por esses motivos, o uso das tecnologias ajuda a favorecerem os jovens que sofrem com algum tipo de deficiência intelectual, ajudando nos relacionamentos com os outros e ajudando eles fazerem a integração com os meios social que eles vivem. A Tecnologia a Serviço da Inclusão é um projeto voltado a esses tipos de Deficiência Intelectual realizado no Colégio em Ação-CA da rede particular de ensino, onde são utilizados os computadores, notebooks e os smartphones que são adaptados para cada tipo de estudante e o grau de Deficiência Intelectual a que eles se inseriram. O projeto estar em fase de experimentação no Colégio em Ação-AC. O projeto constitui na implantação de “Comando de Voz”, que são colocados nas plataformas dos aparelhos tecnológicos. Segundo a professora e coordenadora Luciene das Dores diz que “o projeto de integração dos jovens com que Deficiência Intelectual abre novos caminhos, tanto para os professores da escola se auxiliar e, para adolescentes ganharem mais independência”. Também em conversa com a direção do colégio a senhora Doralice Dias, disse que “todas as disciplina estão envolvidas nesse processo e, que cada uma desenvolve seu trabalho e, a maneira com que utilizarão o aplicativo ou a plataforma de acordo a Deficiência dos seus alunos”. Observamos dentro do colégio os acessos para os alunos que tem Deficiência Intelectual e, notamos que há rampas de acessos e todos os banheiros são adaptados, até por que o aplicativo que funciona no smartphone “Sonar” de maneiras diferenciadas quando chega ou o “Comando de Voz” emite o alerta próprio da a deficiência. Em conversa com a aluna do 3º ano do Ensino Médio foi perguntado com foi pensado e criado à plataforma e o aplicativo, ela disse que foi criado em laboratório de Ciências e Tecnologias do Colégio em Ação-AC, ela mais cinco alunos. Questionado também, sobe o tipo de deferência o aplicativo “Sonar” e o “Comando de Voz”, está sendo utilizado, disseram que é utilizado para tipo de Deficiência de Intelectual é Moderado ou Médio. Outro ponto importante é faixa etária dos alunos que participam do projeto que é 12 até os 18 anos de idade.  O projeto também tem seus objetivos bem definidos que é atingir com o uso do aplicativo ou da plataforma. Em conversa com a Direção, Ela relatou as vantagens e desvantagens desses aplicativos e da plataforma, com o pouco recurso não da para alcançar um número muito grande de jovens que precisam ser assistidos a vantagem é que podemos experimentar esse projeto dentro da própria escola, atendendo nossos jovens que tem essa Deficiência Intelectual. 
De acordo coa a “Nova Escola”, ela lança um pergunta que é instigante: Como lidar com alunos com deficiência intelectual na escola? Segundo a psicopedagoga especialista em Inclusão, ouvida pela “Nova Escola” Daniela Alonso, as limitações impostas pela deficiência dependem muito do desenvolvimento do indivíduo nas relações sociais e de seus aprendizados, variando bastante de uma criança para outra. Em geral, a deficiência intelectual traz mais dificuldades para que a criança interprete conteúdos abstratos.
Ainda segundo a “Nova Escola”, é nesse sentido de exigir estratégias diferenciadas por parte do professor, que diversifica os modos de exposição nas aulas, relacionando os conteúdos curriculares a situações do cotidiano, e mostra exemplos concretos para ilustrar ideias mais complexas. Por isso, AAIDD deia claro que as crianças podem aparecer com problemas de aprendizado. Se, ao final da educação infantil, a criança apresenta limitações de aprendizado, como para a alfabetização e para a matemática, consulte profissionais da área. Alguns sintomas comuns são: Confusão no uso de palavras que indicam direção (dentro, fora, em cima/embaixo, direita/esquerda; Dificuldade de coordenação motora grossa (tropeça, colide com objetos, cai muito; Dificuldade de coordenação motora fina (não pega corretamente o lápis, não sabe usar a tesoura), Dificuldade para reconhecer cores, números e letras; Dificuldade de associar letras a sons; Dificuldade com sequências (1,2,3...); Dificuldade para contar; Dificuldade para memorizar fatos numéricos (quantos anos tem); Dificuldade para aprender cantigas infantis com rimas e Frases ditas de maneira confusa, com erro de pronúncia das palavras. Devido a isso, o Colégio em Ação-AC, é um dos mais diversos centros de ensino que se preocupa com o bem-estar de todos os seres que vivem e se preocupa com os outros. Por isso, é que mais uma vez estamos diante de pessoas que acredita no seres humano. 

Fonte 

Referências: NOVA ESCOLA O que é deficiência intelectual? Disponível em: < https://novaescola.org.br/conteudo/271/o-que-e-deficiencia-intelectual> Acesso em 18 de agosto de 2017.

Imagens do Google

quarta-feira, 21 de junho de 2017

O ANARQUISMO: A DEFESA DE UMA SOCIEDADE SEM ESTADO

                    O anarquismo como movimento social e político surgiu no século XIX, no contexto do movimento operário, e desenvolveu uma filosofia política centrada na defesa de uma sociedade sem Estado. Para os anarquistas, o Estado é fonte da opressão humana e instrumento de dominação. Se o Estado existe para resolver os conflitos entre os indivíduos, ele não é necessário em uma sociedade que seja a expressão da igualdade, da liberdade e da solidariedade.
                    O primeiro pensador a desenvolver ideias anarquistas no século XIX foi Proudhon. Em 1840 ele lançou um pequeno livro com o título O que é a propriedade?, é sua resposta à pergunta do título era simples e direta: a propriedade é um roubo. Fazendo a crítica da propriedade privada, Proudhon propunha uma sociedade sem propriedade, uma sociedade comunista.
                    Antes de Proudhon definir suas ideias como anarquistas, essa palavra tinha uma conotação pejorativa. Durante a Revolução Francesa, certos grupos chamavam seus adversários de anarquistas, para dizer que não eram sérios, que eram baderneiros e desordeiros. Proudhon deu à palavra um sentido positivo, ao afirmar que a anarquia não é desordem, mas a expressão de uma “ordem natural”, não de uma ordem artificial criada por um grupo segundo seus interesses. Sua conclusão: “Assim como o homem procura a justiça na igualdade, a sociedade procura a ordem na anarquia”.
                    As ideias de Proudhon foram retomadas e desenvolvidas por vários filósofos anarquistas. Um deles foi Mikhail Bakunin, ativo revolucionário que circulou por vários países europeus atuando em associações de trabalhadores e procurando construir uma revolução que colocasse fim à exploração capitalista.
                    O princípio central da filosofia anarquista é a liberdade individual. Os anarquistas consideram que os indivíduos são livres e que a sociedade não pode ser uma limitação dessa liberdade, mas sua confirmação e aprimoramento. Por isso, o Estado, instrumento de dominação, é visto como algo a ser combatido. O conceito anarquista de liberdade, porém, difere daquele elaborado por Rousseau e por outros filósofos que podem ser chamados de “liberais”.
                    Para Rousseau, o ser humano é livre por natureza; todos nascem livres, embora a sociedade coloque limites para a liberdade. Essa ideia de liberdade individualizada está expressa na frase: “O limite de minha liberdade é a liberdade do outro”. Para a filosofia anarquista, não faz sentido pensar em limites para a liberdade. Se a liberdade do outro é um limite para minha liberdade, então nem ele nem eu somos livres. Os filósofos anarquistas, em especial Proudhon e Bakunin, elaboraram um conceito coletivista de liberdade. Para eles, a liberdade não é um dom natural do indivíduo. Ninguém nasce livre; nós nos tornamos livres. Aprendemos a ser livres e precisamos conquistar a liberdade. E isso só pode ser feito nas relações sociais. Só posso ser livre em meio a outros seres humanos, junto com outros iguais a mim. Não haveria sentido falar em liberdade se eu vivesse isolado em uma ilha deserta. Só posso ser livre se, vivendo em meio a outras pessoas, suas liberdades confirmam minha liberdade, assim como minha liberdade confirma as delas.

“[...] Só sou verdadeiramente livre quando todos os seres humanos que me cercam, homens e mulheres, são igualmente livres. A liberdade do outro, longe de ser um limite ou a negação da minha liberdade, é, ao contrário, sua condição necessária e sua confirmação [...] Ao contrário, é a escravidão dos homens que põe uma barreira na minha liberdade, ou, o que é a mesma coisa, é sua animalidade que é uma negação da minha humanidade [...] Minha liberdade pessoal assim confirmada pela liberdade de todos se estende ao infinito.

BAKUNIN, Mikhail. Textos escolhidos. Porto Alegre: L&PM, 1983. p. 32-33.

                    As relações sociais não são outra coisa senão um jogo de liberdades. Quando esse jogo significa o domínio de uns sobre outros, anulam-se as liberdades de todos; e, afirmam os anarquistas, é isso que historicamente tem sido feito pelos sistemas políticos: o Estado operando como instrumento de dominação de um grupo sobre o restante da sociedade. Por isso, as liberdades precisam ser conquistadas, o que requer a organização política para uma revolução social que coloque fim ao sistema de exploração, abrindo espaço para a construção de uma sociedade livre, justa e igualitária.
                  A revolução social, para os anarquistas, deveria imediatamente derrubar o Estado. Sua utilização, mesmo provisória, como meio para a atuação partidária, como pensava Marx, significaria necessariamente a manutenção de um sistema de privilégios, de relações de exploração, de classes sociais. Apenas a extinção imediata do Estado como aparelho de exploração poderia colocar em marcha outros tipos de relação, outros jogos de poder que fossem exercício de liberdade, não de dominação.

GALLO, Sílvio. Filosofa: experiência do pensamento: volume único / Sílvio Gallo. – 1. ed. – São Paulo: Scipione, 2013.

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Exercício de Fixação


1. O que é anarquismo?
2. O anarquismo ficou conhecido como movimento. Que movimento era esse?
3. Quando surgiu o anarquismo?
4. O que era o Estado para os anarquistas? 
5. Quem foi o primeiro pensador a desenvolver ideias anarquistas no século XIX?
6. O que é a propriedade para Proudhon?
7. Qual era princípio central da filosofia anarquista?
8. Como os anarquistas consideram que os indivíduos eram?
9. Segundo o Rousseau, como deveria ser o humano?
10. Para os anarquistas como se dava as relações sociais?

quinta-feira, 4 de maio de 2017

UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA - UFBA - SELEÇÃO DE ESTUDANTES PARA OS CURSOS DE ESPECIALIZAÇÃO NA MODALIDADE A DISTÂNCIA


UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA

PRÓ-REITORIA DE EXTENSÃO

SUPERINTENDÊNCIA DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

EDITAL Nº 05/2017


SELEÇÃO DE ESTUDANTES PARA OS CURSOS DE ESPECIALIZAÇÃO NA MODALIDADE A DISTÂNCIA DA UFBA

1. DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

A Universidade Federal da Bahia - UFBA, por meio da Superintendência de Educação a Distância, em parceria com a Pró Reitoria de Extensão e as Unidades de Ensino de Educação, Filosofia e Ciências Humanas, torna público que estão abertas as inscrições para o processo seletivo de alunos para os seguintes cursos de Pós-Graduação Lato Sensu:

1. ESPECIALIZAÇÃO EM EDUCAÇÃO EM DIREITOS HUMANOS;
2. ESPECIALIZAÇÃO EM ENSINO DE FILOSOFIA NO ENSINO MÉDIO (Vagas Remanescentes);
3. ESPECIALIZAÇÃO EM GÊNERO E DIVERSIDADE NA ESCOLA.



Fonte: https://sead.ufba.br/sites/sead.ufba.br/files/edital_5_2017_selecao_de_alunos_ead_ufba.pdf

sexta-feira, 9 de dezembro de 2016

O QUE ACONTECEU COM O STF NO JULGAMENTO DE RENAN CALHEIROS?

               A manhã da quinta-feira (8) trouxe um misto de perplexidade e tristeza para a população brasileira. Na quarta-feira (7), o Supremo Tribunal Federal decidiu, por 6 votos a 3, pela manutenção de Renan Calheiros no cargo de Presidente do Senado Federal. Muitos aspectos se retiram desta decisão e é preciso calma para entender o que de fato aconteceu. Para entender a sequência de fatos que levou até a decisão precisamos voltar até o dia 5 de maio, quando o Supremo decidiu afastar da presidência e suspender o mandato de Eduardo Cunha. Independentemente de a consequência ter agradado a opinião pública juridicamente, o que tivemos foi a inauguração de jurisprudência em descompasso com os ritos processuais e constitucionais adequados.
Brazil Photo Press/CON via Getty Images
               Não se trata de defender nenhum envolvido em crimes de corrupção e muito menos de compactuar com seus atos. Existem regras feitas justamente para combater esse tipo de conduta e a não eficiência delas deve ser combatida.  Contudo, há um motivo claro para a necessidade da obediência de regras que é a imposição de limites de atuação aos atores que a elas obedecem. A partir do momento em que, para atender meus interesses pessoais, por mais nobres que eles possam ser, eu subverto o sistema a meu favor, choques de poder ocorrem. Após a decisão sobre Cunha, foi criado um precedente duplo.
             O Supremo se outorgou poder para retirar, conforme seu juízo de conveniência, parlamentares do exercício de seu mandato. Assim, outra ação foi proposta (ADPF 402) para determinar se parlamentares na linha de substituição do Presidente da Republica poderiam ser réus no STF ou não.Essa ação começou a ser julgada em novembro deste ano e a maioria dos ministros já havia se pronunciado em sentido de impedir que parlamentares, que sejam réus, ocupassem o cargo de Presidente da República na ausência deste. Porém, o julgamento foi paralisado pelo Ministro Dias Toffoli que pediu vistas (tempo extra para analisar o caso).
              Nesse meio tempo, no início de dezembro, Reina Calheiros virou réu no STF e, considerando a possibilidade do mesmo ocupar a cadeira da Presidência da República, o partido “Rede Solidariedade” (autor da ADPF 402) entrou com um pedido cautelar (de urgência) para que Renan fosse impedido de ocupar tal função e que perdesse o cargo de Presidente do Senado, por interpretarem ser possível estender a decisão, ainda não tomada, a essa possibilidade. Aqui vale ressaltar a inexistência de respaldo jurídico para tanto.
               Não havia regras no sentido que o Supremo estava aplicando, apenas sua interpretação que, embora muito importante face a sua posição como Corte Constitucional, não poderia criar normas. Ainda, existem métodos pelo qual Renan poderia ser retirado de seu cargo caso tivesse cometido crimes, porém, isso necessitaria que os membros do Senado assim o determinassem e por uma conjuntura política isso aparenta ser bem improvável. Na noite do dia 6 de dezembro o Ministro Marco Aurélio Mello recebeu o pedido de cautelar e decidiu monocraticamente (sozinho) pela procedência do mesmo.
               Processualmente o Ministro tem poder para fazer isso, considerando que a decisão é provisória e precisa ser referendada ou anulada pelo Plenário da Corte em momento posterior. A decisão gerou caos político, considerando o momento delicado em que o atual governo tenta aprovar diversas medidas de reforma social (Como a PEC 55 e a reforma de Previdência), a decisão travou o Senado que não soube como se comportar frente a decisão. Acuado Renan se reuniu com outros Senadores e por meio da Mesa do Senado Federal, "decidiu" que não acataria a decisão até o pronunciamento do Plenário do STF.
               Aqui, temos uma segunda aberração. Embora o Supremo estivesse se excedendo em seus poderes e ultrapassando diversos limites Constitucionais, o não acatamento de decisão judicial é crime. Renan teria todo o direito de se defender e resguardar sua posição durante o julgamento do pleno, mas ao desacatar a decisão ele elevou o conflito de uma briga jurídica para um verdadeiro conflito de instituições onde o Senado se opôs de modo frontal ao Supremo. Finalmente, no em 7 de dezembro julgamento do Plenário ocorreu. O descumprimento da ordem judicial não foi esquecido, mas os ministros se limitaram a dar "broncas" no Senado intercaladas em seus votos. Ainda, muita roupa suja foi lavada com diversas cutucadas entre ministros sendo a principal feita pelo Ministro Teori Zavacki de modo indireto ao Ministro Gilmar Mendes que havia considerado que a decisão de Marco Aurélio seria motivo para o impeachment do Ministro e ainda o considerou como "louco".
               O julgamento chegou a ser interrompido logo após o voto inflamado do Ministro Marco Aurélio que clamou para que os demais ministros "cada qual senhor de uma biografia, senhor da busca da credibilidade, do fortalecimento do Supremo como instituição maior, autor da história a constar dos anais do Tribunal, cumpra o dever decorrente da cadeira ocupada prestando contas a história, as gerações futuras, implacáveis testemunhas".
               Na volta do intervalo, a ordem de votação foi subvertida e o decano, Ministro Celso de Mello, fez um voto conciliador e moderado no sentido de manter a impossibilidade de que Renan ocupe a cadeira de Presidente da República, mas o mantendo como Presidente do Senado. O Ministro foi acompanhado pela maioria da Corte deixando Marco Aurélio, Rosa Weber e Edson Fachin como votos vencidos. Dizer quem ganhou ou perdeu essa decisão é tema para outro artigo. O que podemos tirar dessa decisão que as instituições saíram extremamente fragilizadas, tanto o Senado sai sendo visto como permissivo com atitudes antiéticas quanto o Supremo vê sua autoridade questionada e sua imagem abalada. No fim, a crise se aprofunda entre o Legislativo e o Judiciário e Temer, representante máximo do Executivo, aparenta seguir tão decorativo quando ainda era apenas um vice-presidente.

Fonte: http://www.msn.com/pt-br/noticias/crise-politica/o-que-aconteceu-com-o-stf-no-julgamento-de-renan-calheiros/ar-AAlkpyh?li=AAggXC1&OCID=CALHeader#image=AAljZGv|6.


quinta-feira, 22 de setembro de 2016

ESPECIALISTAS PEDEM CAUTELA NA REFORMA CURRICULAR DO ENSINO MÉDIO

Acadêmicos, cientistas e pesquisadores pedem cautela na unificação das 13 disciplinas do ensino médio público nacional em quatro grandes áreas do conhecimento - anunciada recentemente pelo Ministério da Educação (MEC). Pela proposta, prevista para vigorar a partir do próximo ano, as disciplinas serão integradas em ciências humanas, ciências da natureza, linguagem e matemática.
Temendo eventuais frustrações, a maioria dos especialistas, ouvidos pelo Jornal da Ciência, critica a proposta do ministério por ser "precipitada" e sugere a criação de um debate na sociedade a fim de aperfeiçoar o projeto e apresentar solução para os problemas crônicos do ensino médio nacional. Eles entendem que a integração das disciplinas não seria a saída para melhorar "a péssima" qualidade da educação básica do País.
Procurado, o Ministério da Educação informou que tal proposta já foi discutida com a sociedade, sobretudo com secretários estaduais de educação; e discordou de que a proposta busque integrar ou eliminar qualquer disciplina. O que está em curso, segundo o secretário de Educação Básica do MEC, Cesar Callegari, é o que chamou de processo de "articulação" de disciplinas com outras áreas do conhecimento, o qual será elaborado pelo sistema estadual de educação baseado nas orientações do ministério.
Já os especialistas temem que o ensino médio fique mais genérico e prejudique os alunos, principalmente os menos favorecidos que não podem estudar em escolas privadas.  "A impressão que se tem é a de que, para evitar o problema de evasão escolar, querem baixar medidas sem enfrentar as causas mais profundas do ensino médio", alerta o físico Luiz Davidovich, diretor da Academia Brasileira de Ciências (ABC), também professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Reforçando tal posição, o vice-presidente da Sociedade Brasileira de Física (SBF), Ronald Shellard, considera a proposta do MEC "um desastre para o País". Shellard alerta que países desenvolvidos, como a Inglaterra, experimentaram unificar as disciplinas do ensino médio sem sucesso. "A sorte é que eles têm mecanismos rápidos para reverter uma decisão dessa magnitude", observou.
Contrariedade - Pelo que entendem os especialistas, a iniciativa do MEC contraria as novas diretrizes do ensino médio aprovadas pelo Conselho Nacional da Educação (CNE) em maio de 2011 e que foram estabelecidas na Resolução nº 2 publicada em janeiro deste ano.
Conforme as normas aprovadas pelo colegiado do CNE, os componentes curriculares devem ser organizados em quatro blocos, garantindo a permanência das 13 disciplinas. Isto é, Linguagens, reunindo as disciplinas de línguas portuguesa, materna para populações indígenas e estrangeira moderna; arte - em suas diferentes linguagens (ciências, plásticas e musical) e educação física.
Outro bloco é matemática, sozinha. Há também o bloco ciências da natureza que reúne biologia, física e química. Outro é ciências humanas que abrange as disciplinas de história, geografia, filosofia e sociologia.
Manobra - Na avaliação do presidente da Sociedade Brasileira de Química (SBQ), Vitor Francisco Ferreira, a proposta do MEC de integração das disciplinas do ensino médio sinaliza uma manobra em uma tentativa de "resolver a falta de profissionais" no País. Conforme Ferreira, o governo deveria implementar a unificação das disciplinas, apenas, a partir do momento em que for realizado um estudo metodológico capaz de mostrar que esse modelo seria melhor do que o atual. "Teria de haver uma discussão com a sociedade", recomendou Ferreira, também professor da Universidade Federal Fluminense (UFF).
Generalidade - Bernardete Gatti, pesquisadora colaboradora da Fundação Carlos Chagas (FCC), com grande experiência na área educacional, acredita que a tendência é de que o ensino médio fique mais genérico e prejudicado diante da integração das disciplinas. "O MEC, ao invés de atacar o problema principal que é a de formação de professores, inventa mais uma moda", disse Bernardete que chamou de "modismo" a integração das disciplinas.
Com a mesma opinião, Jailson Bitencourt de Andrade, professor titular do Instituto de Química da Universidade Federal da Bahia (UFBA), disse ser "temerário" mudar primeiro o currículo para ajustá-lo depois. "Sou favorável à inovação e às novas iniciativas, mas essa decisão, no mínimo, é precipitada", acrescentou Andrade, ex-conselheiro da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) e ex-presidente da SBQ.
Referência internacional - Em defesa da valorização do magistério, Andrade enalteceu o programa do governo dos Estados Unidos, lançado no início deste semestre, o qual apoia o ensino fundamental em uma tentativa de recuperar a perda de competitividade dos estudantes norte-americanos em relação aos asiáticos, principalmente. No programa norte-americano, Andrade destacou os investimentos de US$ 1 bilhão para a criação de forças de trabalho a fim de melhorar o ensino fundamental; e o adicional de US$ 20 mil ao ano ao salário dos professores do ensino fundamental.
A presidente da SBPC, Helena Nader, também se mostrou contrária à unificação das disciplinas. "Ainda que o conhecimento seja integrado, o estudo tem de ser dado de forma desintegrada porque em algum momento haverá necessidade de se ter todas as bases para formar o conhecimento integral", avaliou Helena, reconhecendo que o Brasil  vem se esforçando, desde 2009, para formar professores qualificados para o ensino básico, em geral, principalmente pelos programas da Capes.
O ideal, sugeriu Helena, seria desenvolver temas no ensino médio que possam interagir com todas as áreas do conhecimento, sem a integração, de tal forma que o estudante possa entender a relação dos temas com cada disciplina. Ela exemplifica: "Se o tema for água, o estudante pode estudar a ligação da química com a água, estudar as relações da água com a física, com a matemática, com a geografia, com história e a sociologia".
Outro lado - O secretário de Educação Básica do MEC, Cesar Callegari, discorda de  que a intenção do ministério seja de eliminar ou integrar qualquer disciplina do ensino médio. Nesse caso ele defende que cada disciplina tem sua base epistemológica (filosofia do conhecimento) própria, tem linguagem própria e, portanto, deve ser respeitada.
O que está em curso, explica Callegari, é a criação de ambientes para viabilizar a "articulação entre as diferentes disciplinas", medida que, na opinião dele, representa um avanço por constituir uma "boa" orientação para os sistemas estaduais de ensinos.
Callegari discorda também de que as propostas do MEC tenham sido elaboradas sem a realização de um debate. "As diretrizes avançadas representam a síntese de um longo e profundo debate nacional conduzido pelo CNE durante o processo de elaboração", disse ele, citando, além de membros do CNE, os secretários estaduais de educação, conselhos estaduais de educação e representantes de universidades. Nesse contexto, cientistas confirmam que as novas diretrizes para o ensino médio do CNE foram construídas a partir de um debate com a sociedade, o que não pode se dizer das propostas do MEC.
Conjunto de medidas - Callegari faz questão de destacar que a chamada "articulação entre as diferentes disciplinas" virá acompanhada de um conjunto de ações. Dentre as quais a produção de livros e de material didático articulados, ampliação do Programa Ensino Médio Inovador (Proemi), iniciado em 2009 e presente hoje em cerca de 2 mil escolas nacionais, e que servirá de base para a modernização do currículo do ensino médio público; e ampliação das linhas para formação continuada de professores.
Medidas insuficientes - Tais medidas são consideradas insuficientes. O que deve ser considerado prioridade no ensino médio, segundo um professor de matemática da Universidade de São Paulo (USP), que não quis ser identificado, são investimentos pesados na qualificação de professores que possam preparar os alunos antes do ingresso nas universidades, a redução do número de estudantes por sala de aula de 45, em média, para 25, em média; e reajuste salarial do magistério. A fonte sugere também viabilizar a importação de professores estrangeiros principalmente da Europa, onde há forte desemprego em razão da crise econômica, em uma tentativa de reduzir o déficit de profissionais qualificados no País.
Já o acadêmico Isaac Roitman, professor da Universidade de Brasília (UnB) - que comparou o atual modelo de ensino médio nacional a uma "tragédia" - considera prioridade identificar os objetivos da educação básica no geral, tanto do ensino médio como o do fundamental. Para ele, é importante traçar os passos que os estudantes devem dar após a conclusão de cada grau de escolaridade.
"Hoje o indivíduo que conclui o ensino médio não está habilitado a nada. É apenas um generalista não preparado para o mercado de trabalho", destacou Roitman, membro titular da ABC e coordenador do Grupo de Trabalho de Educação da SBPC.
Outro ponto criticado por Roitman é o processo pedagógico, que segundo ele, também precisa de mudanças. "O conhecimento caminha numa velocidade rápida e a pedagogia, desde o ensino infantil, precisa desafiar os alunos a pensar, a refletir, a contestar, a criar, a transgredir", destacou Roitman.
Livros didáticos articulados - Além de considerar precipitada a unificação das disciplinas do ensino médio, a professora Lisbeth Kaiserlian Cordani, conselheira da SBPC, considera também prematuras as metas do Plano Nacional do Livro Didático (PNLD) de 2015 as quais preveem a distribuição de livros e material didáticos articulados com outras áreas do conhecimento.
"É impossível atingir a meta. O Brasil não tem escritores para escrever esses livros e não estão explícitos os possíveis escritores e atores que poderão contemplar a interdisciplinaridade de textos para o ensino básico", alertou.
Exceções - Dentre os especialistas ouvidos pelo Jornal da Ciência, a exceção é do acadêmico Roberto Leal Lobo e Silva Filho, professor titular aposentado do Instituto de Física de São Carlos da Universidade de São Paulo (USP) que considerou positiva a integração das disciplinas do ensino médio. Ele considera negativa a pulverização de disciplinas e avalia que a falha na educação brasileira é a ausência de ligação do ensino com a prática. "Temos de acabar com o decoreba de definição da definição".
Com o tema em pauta, o Jornal da Ciência publica na edição de amanhã (27) a análise de especialistas sobre a proposta do MEC que, segundo eles, deve ampliar o déficit de docentes qualificados nas áreas de física, química e matemática. Será publicada também a avaliação de secretários estaduais de educação.

(Viviane Monteiro - Jornal da Ciência)

Fonte: Jornal da Ciência

sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

CONDIÇÕES PARA O SURGIMENTO DA FILOSOFIA

A Grécia (Hélade) nada mais foi do que um conjunto de cidades-Estados (Pólis) que se desenvolveram na Península Balcânica no sul da Europa. Por ser seu relevo montanhoso, permitiu que grupos de pessoas (Demos) fossem formados isoladamente no interior do qual cada Pólis desenvolveu sua autonomia.

Constituída de uma porção de terras continental e outra de várias ilhas, bem como também em virtude da pouca fertilidade dos seus solos, a Grécia teve de desenvolver o comércio como principal atividade econômica. Assim, e aproveitando-se do seu litoral bastante recortado e com portos naturais, desenvolveu também a navegação para expandir os negócios, bem como mais tarde sua influência política nas chamadas colônias.

A sociedade grega era organizada segundo o modelo tradicional aristocrático, baseado nos mitos (narrativas fabulosas sobre a origem e ordem do universo), em que a filiação à terra natal (proprietários) determinava o poder (rei).

Esse modo de estruturar a sociedade e pensar o mundo é comumente classificado como período Homérico (devido a Homero, poeta que narra o surgimento da Grécia a partir da guerra de Troia). Mas com o tempo, algumas contradições foram sendo percebidas e exigiram novas explicações. Surge, então, a Filosofia. Eis os principais fatores que contribuíram para o seu aparecimento:

  1. As viagens marítimas, pois o impulso expansionista obrigou os comerciantes a enfrentarem as lendas e daí constatarem a fantasia do discurso mítico, proporcionando a desmitificação do mundo (como exemplo, os monstros que os poetas contavam existir em determinados lugares onde, visitados pelos navegadores, nada ali encontravam);
  2. A construção do calendário que permitiu a medição do tempo segundo as estações do ano e da alternância entre dia e noite. Isso favoreceu a capacidade dos gregos de abstrair o tempo naturalmente e não como potência divina;
  3. O uso da moeda para as trocas comerciais que antes eram realizadas entre produtos. Isso também favoreceu o pensamento abstrato, já que o valor agregado aos produtos dependia de uma certa análise sobre a valoração;
  4. A invenção do alfabeto e o uso da palavra é também um acontecimento peculiar. Numa sociedade acostumada à oralidade dos poetas, aos poucos cai em desuso o recurso às imagens para representar o real e surge, como substituto, a escrita alfabética/fonética, propiciando, como os itens acima, um maior poder de abstração;

A palavra não mais é usada como nos rituais esotéricos (fechados para os iniciados nos mistérios sagrados e que desvendavam os oráculos dos deuses), nem pelos poetas inspirados pelos deuses, mas na praça pública (Ágora), no confronto cotidiano entre os cidadãos;

  1. O crescimento urbano é também registrado em virtude de todo esse movimento, assim como o fomento das técnicas artesanais e o comércio interno, as artes e outros serviços, características típicas das cidades;
  2. A criação da Política que faz uso da palavra para as deliberações do povo (Demo) em cada Pólis (por isso, Democracia ou o governo do povo), bem como exige que sejam publicadas as leis para o conhecimento de todos, para que reflitam, critiquem e a modifiquem segundo os seus interesses.

As discussões em assembleias (que era onde o povo se reunia para votar) estimulava o pensamento crítico-reflexivo, a expressão da vontade coletiva e evidencia a capacidade do homem em se reconhecer capaz de vislumbrar a ordem e a organização do mundo a partir da sua própria racionalidade e não mais nas palavras mágico-religiosas baseadas na autoridade dos poeta inspirados. Com isso, foi possível, a partir da investigação sistemática, das contradições, da exigência de rigor lógico, surgir a Filosofia.
Por João Francisco P. Cabral
Colaborador Brasil Escola
Graduado em Filosofia pela Universidade Federal de Uberlândia - UFU
Mestrando em Filosofia pela Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

CABRAL, João Francisco Pereira. "Condições para o surgimento da Filosofia";Brasil Escola. Disponível em <http://brasilescola.uol.com.br/filosofia/condicoes-historicas-surgimento-filosofia.htm>. Acesso em 29 de janeiro de 2016.

Fonte: http://brasilescola.uol.com.br/filosofia/condicoes-historicas-surgimento-filosofia.htm

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