Relatório
apresentado à Faculdade de Tecnologia e Ciências como requisito parcial para
avaliação da disciplina Estágio Supervisionado II do 5º período do curso de
Licenciatura em LETRAS do Circuito 09 – UP Feira de Santana – BA, solicitado
pela professora Hildonice de Souza Batista
e orientação pela professora Maria Rita de Souza Barbosa.
SUMÁRIO
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1. APRESENTAÇÃO..........................................................................................................
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2. CARACTERIZAÇÃO DA INSTITUIÇÃO..................................................................
2.1 Aspectos físicos pedagógicos
2.2 Recursos humanos e
pedagógicos
2.3 Corpo
docente
2.3 Corpo discente
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3. DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS NO ESTÁGIO..................
3.1. O
planejamento
3.2. Período
da observação
3.3. Período
da co-participação
3.4. Regência
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4. APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS.....................................................................
4.1. Aspectos didáticos
pedagógicos
4.2. Projeto Pedagógico
4.3. Relação Professor/ Aluno
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5. CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES.......................................................................
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6. REFERÊNCIAS..............................................................................................................
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01. APRESENTAÇÃO
Este relatório
visa informar às experiências que foram vivenciadas durante a disciplina de
Estágio Supervisionado II, quando iniciou o período de regência no Colégio Estadual
Dom Pedro II, no 1° e 2° ano do Médio nas disciplinas de Língua Portuguesa e
Língua Inglesa. O mesmo tem como
objetivo detalhar as experiências vivenciadas por educando e educadores no
processo de construção do conhecimento. Este documento pretende compreender a
função do educador, como agente transformador da sociedade e formador de
opinião nesta nova configuração social.
2. CARACTERIZAÇÃO DA INSTITUIÇÃO-CAMPO DE
ESTÁGIO
2.1 Aspectos físicos
pedagógicos
O Colégio
selecionado para desenvolver a regência de classe foi o Colégio Estadual Dom
Pedro II, situado na Avenida João Amorim – 130 – centro – Coração de Maria –
Bahia. Quanto à estrutura física, essa instituição encontra-se adequada a
necessidade da comunidade escolar. Esta entidade escolar possui cerca de 650
alunos da 1ª a 3ª Série do Ensino Médio. É composta por 8 salas arejadas, 09 banheiros
sendo dois para deficiente físico, 01 biblioteca, 01 cantina, 01 diretoria, 01
secretaria, 01 sala de vídeo, Sala de informática, laboratório de ciências, 1 sala de professores.
2.2 Recursos humanos
e pedagógicos
A equipe docente
do Colégio Estadual Dom Pedro II é formado por 23 professores todos com nível
superior. Esta equipe é composta por 01 coordenadora pedagógica, uma diretora e
01 vice-diretora, 12 funcionários auxiliares administrativos, 01 secretária, 02
merendeiras, 03 porteiros e 06 profissionais são agente de serviços gerais. O trabalho
pedagógico que é aplicado nesta unidade escolar compreende o conjunto de
interações de toda escola expressa através de Projeto Pedagógico como as
atividades e os instrumentos de avaliação voltada para as necessidades e
melhorias da escola como um todo. Partindo, desse pressuposto, a Escola em
questão estar em conformidade com a Constituição Federal, art.205 e Leis de
Diretrizes e Bases-LDB, art. II.
2.3 Corpo docente
A atualmente a
UE conta com um total de 20 professores efetivos e seis estagiários. O um
número significativo de professores para todas as disciplinas, todos com ensino
superior completo, exceto os estagiários. A maioria mora na própria cidade, os
demais são das cidades circunvizinhas com Irará e Feira de Santana. Sendo um total: 02 (dois) professores de
Língua Portuguesa ( Letras Vernáculas), 03 (três) de Língua Inglesa
(Português/Inglês) 01 (um) de Língua Portuguesa (Português/Espanhol), 02 (dois)
Biologia, 01 (um) de Geografia, 04
(quatro) de Matemática, 01 (um) de Física, 04 de História, 01 (um) Química.
2.3 Corpo discente
Os alunos
Colégio Estadual Dom Pedro II é formado por adolescentes, jovens e adultos
oriundos na sua maioria das comunidades rurais, porem encontra-se educando
residentes nos bairros distantes e também do centro, onde localiza-se a
instituição escolar, a maioria é portadora da classe média baixa, inclusive
existem alunos em situação de
vulnerabilidade social. Por isso, a aprendizagem significativa precisa ser
constante através de situações interessantes, inteligentes e instigantes aos
alunos, de maneira que estar na escola, seja um desejo unânime de todos. A fim
de transformar as dificuldades pedagógicas e a diversidade de problemas em uma
forma diferente de fazer educação.
Durante o
Estágio Supervisionado II, percebemos a preocupação dos professores em manter
de forma afetiva as relações interpessoais tanto como os discentes como os
colegas de profissão. Portanto, a gestora em certa ocasião afirmou: sem esses
elementos a aprendizagem fica sem brilho, sem força, sem razão de ser para a
Escola.
A propósito
Chaves (2005, p.8) também afirmou: “Que a aprendizagem é o principal mecanismo
pelo qual o ser humano projeta e constrói a sua própria vida, e, portanto, como
algo que lhe é natural e intrinsecamente motivador”. Todavia, a coordenação
pedagógica desenvolve seu trabalho de forma democrática. A atitude democrática
no âmbito educativo exerce um caráter necessário e urgente, pois a escola deve
estar apta a agir de forma global, principalmente no tocante a implementação da
sua estrutura organizacional, pois só assim será capaz de promover o acesso e a
inserção do cidadão em direção a uma sociedade mais justa, democrática e
solidária.
3. DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS NO ESTÁGIO
3.1 Planejamento
O planejamento
das atividades executadas durante o período de regência de classe para o 1º e
2º ano do ensino Médio, do Colégio Estadual Dom Pedro II está pautado no plano
de ação e no Projeto Interdisciplinar
apresentado pela escola que formam um conjunto de atitudes que irão nortear a
prática pedagógica. Portanto, o planejamento contempla, assim desde os critérios
de organização das turmas em classes, a definição de objetos por ano, bem como
o planejamento do tempo, espaço e materiais considerados nas diferentes
atividades e seus modos de organização.
Durantes os ACs
foram feitas as integrações necessárias para atender os objetivos propostos no
Plano de Ação e no Projeto Interdisciplinar visando desenvolver as habilidades
dos alunos no campo da leitura e da escrita, buscando uma participação maior
das outras áreas de conhecimento no que se refere ao processo de ensino e
aprendizagem do aluno.
Com identificado
acima a dificuldade de leitura e escrita são dois problemas presentes na
Instituição de Ensino e que causa preocupação. No período de observação e
co-participação foi já havíamos constatado que os alunos 1ª ano em Língua
Portuguesa apresentavam algumas dificuldades em relação à leitura, escrita e
interpretação. Logo, essa pedagógica teve como intuito construir uma verdadeira
ajuda educativa, respeitando a complexibilidade do processo de modificação,
organização e construção do conhecimento, a fim de assimilar e interpretar os
conteúdos sistemáticos de forma significativa e duradoura.
Entretanto,
durante o período destinado ao planejamento-observação, co-participação e
regência de classe. O momento que é considerado mais importante refere-se à
maneira como a professora supervisora, conduzia e explorava os conteúdos,
envolvendo constantemente a prática interdisciplinar. Sendo assim Hernandez
(1998, p.45) afirma:
A posição interdisciplinar se fundamenta na crença de
que o aluno possa estabelecer conexões pelo simples fatos de ser evidenciados
pelo professor em que o somatório de aproximações a um tema permita por si
próprio, resolver os problemas de conhecimento de forma integrada e relacional.
Contudo, a
missão de um professor que procura desenvolver uma prática interdisciplinar é a
de assumir uma postura de reflexão constante sobre o processo de ensino de
ensino-aprendizagem estando aberto para o novo e possuir uma atitude que admita
romper com velhos paradigmas. Diante desse contexto percebe-se claramente que a
avaliação não está centrada no que era transmitido mais na aprendizagem
construída pelo sujeito.
Neste sentido,
percebemos que o maior desafio do educador nos dias atuais é assegurar ao
individuo o significado do conhecimento em abordagem transversal, sem limitar o
especifico de cada disciplina, permitindo ao sujeito refletir com clareza sobre
o mundo globalizado e suas implicações nem sempre compreensível.
3.2 Período de observação
A observação é o
momento de perceber e conhecer seu espaço de atuação durante a regência. É um
momento importantíssimo na atuação do futuro docente, que precisa se articular
e conhecer o seus público e desenvolver uma relação de amizade e de confiança
para atender as especificidade de uma sociedade democrática, onde o professor
tem vários desafios.
Um dos mais
importantes é o de estimular a aprendizagem e desenvolver habilidades e
competências estruturais e básicas nos alunos, preparando-os para se tornarem
cidadãos plenos e emancipados em todos os campos de sua vida. Neste sentido, o
educador precisa acompanhar as mudanças, promovendo na sala de aula o
entendimento entre o tradicional, o novo e o diferente, trabalhando os
conflitos, transformando a escola em um espaço de convivência prazerosa do
aprender e do saber, valorizando a cultura original do aluno. Uma atividade que
agrega ludicidade e teoria é o reflexo de como deve pensar uma escola no século
XXI.
Segundo os PCNS (1998, v2. p.17):
No
processo de aprendizagem, o professor é o principal responsável pela criação de
situações de trocas, de estímulos na construção de relações entre o estudado e
o vivido, de integração com outras áreas de conhecimento, de possibilidade de
acesso dos alunos e novas informações, de confrontos de opiniões, de apoio ao
estudante na recriação de suas explicações e de transformação do meio em que
vive.
No entanto, o
período de observação é o momento de se estabelecer um paralelo entre a aluno
/estagiário e estagiário/supervisor na troca de informações entre o que se pretende ensina e o que se
pretende aprender. E esse é o ponto de partida para se iniciar a
co-participação onde o professor estagiário sai da condição mero espectador e
passa a participar não de forma direta mais indireta do processo de ensino
aprendizagem do aluno contribuindo com informações e novas possibilidades de se
estabelecer a comunicação entre a produção de conhecimento.
3.3 Período de co-participação
A
co-participação constitui-se em um momento importante, como citado acima. É o
momento em que o estagiário sai da condição de observador e passa a contribuir
com a prática de sala e aula estabelecendo uma relação mais próxima entre o
aluno e o professor estagiário. É nesse momento que o aluno passa a definir o
perfil do sujeito que pretende atuar enquanto educador e formador de opinião.
Foi também um
período onde pode se perceber e articular a inserção de novas metodologias no
planejamento, a partir das observações feitas na instituição escola, onde foi
possível apresentar o plano de ação de Língua Portuguesa e de Língua Inglesa
para as docentes analisar e perceber se as ações propostas estão de acordo com
a sua prática a fim de possibilitar a continuidade do seu trabalho pedagógico e
permitir o aprimoramento da aprendizagem significativa dos discentes. No que
diz respeito à co-participação tivemos a oportunidade de intervir
constantemente nas atividades propostas pela professora supervisora, com o
intuito de garantir a aprendizagem dos discentes.
3.4 Regência
A regência foi o
momento mais esperado, por não ter nenhum contato com alunos do Ensino Médio em
uma relação direta o que acabou despertando uma expectativa muito grande com
relação à nossa atuação e a percepção de um novo discurso e uma abordagem
diferenciada com relação à apresentação dos conteúdos. É surpreendente o comportamento
dos alunos com relação ao novo momento vivenciado na sala de aula, onde nenhum
deles questionou em nenhum momento a metodologia aplicada. Esperávamos um
bombardeio de perguntas e respostas a serem dadas, mas não foi o que aconteceu.
Sendo assim, o
estágio de regência possibilitou uma nova visão e um jeito novo de por em prática uma abordagem diferenciada de
ensinar para que os alunos tenham uma participação ativa na aulas e possam
questionar a sociedade em que vivem, isto é, tornem-se competentes para solucionar
com pertinência as mais diversas situações. Portanto para que o aluno possa se
expressar é necessário antes de tudo, que ele venha a compreender a realidade.
Partindo desses
pressupostos a metodologia aplicada em sala de aula é o elemento responsável
pela mediação do saber escolar das condições concretas do saber dos alunos. E a
aquisição do saberes vinculadas as realidades sociais e aos interesses dos
alunos de modo que eles possam compreender a realidade social, pressupõe uma
mediação metodológica que articule esse saber escolar e as necessidades
concretas de vida desses alunos.
As atividades
propostas no período de regência têm como objetivo estimular o prazer pela
leitura, pela produção textual nas duas áreas de conhecimento trabalhadas
Língua Portuguesa e Língua Inglesa, pela interpretação e escrita, dentro de uma
proposta sociointeracionista, garantindo assim uma aprendizagem significativa.
Portanto, baseado na concepção de Piaget e Vygotsky, desenvolvemos as atividades
pedagógicas alicerçadas a prática interdisciplinar para que os alunos pudessem
adquirir os conhecimentos de uma forma lúdica.
A execução das
atividades estabelecidas no Plano de Ação e no Projeto Interdisciplinar e no
Planejamento de forma que os conhecimentos prévios foram o inicio para todas as
metas desenvolvidas, considerando que os alunos é o personagem principal da
história e se sentisse valorizados e não tivessem a visão que os professores
ali presentes fossem os donos dos saberes a serem produzidos, mais que eles já
trazem com sigo saberes que precisam ser ampliados a partir das discussões
mediadas pelo professor na sala de aula.
Partindo desse
principio, as atividades desenvolvidas visam envolver o sujeito nas diversas
áreas do conhecimento através de diversos tipos de leitura como: contos,
fábulas, história em quadrinhos, músicas e textos informativos, traduções,
vocabulário. No que diz respeito a diversificação das leituras apresentadas em
Língua Portuguesa e Língua Inglesa é para estabelecer uma relação de coerência
entre o conhecedor e seu objeto conhecido estabelecendo uma relação entre o
real e o imaginário.
Por essa razão,
as atividades propostas são encaminhadas para que atendam aos interesses do
convívio escolar e da comunidade. Cabe ao professor possibilitar e ampliar o
espaço de dialogo, discussão e argumentação, fundamentais na aprendizagem da
cooperação e no desenvolvimento de atitudes de autoconfiança, de capacidade
para interagir com o sujeito.
Nesta
perspectiva a metodologia adotada durante a regência teve um caráter político
que lhe é inerente, uma vez que responde a uma posição política do nível da
ideologia. Assim Cardia (1994, p.48) afirma: “a seleção e direcionamento do
conteúdo dependem de uma teoria metodológica que, por sua vez está articulada
com uma concepção filosófica de educação.” Portanto, a metodologia aplicada
teve como pano de fundo uma perspectiva critica e reflexiva de linguagem, onde
foram executadas atividades com a finalidade de estimular leitura, interpretação,
produção textual e a escrita, além de conscientizá-los de sua função de agente
transformador da sociedade.
Diante dessa
situação faz-se necessário, propor as seguintes atividades que foram
desenvolvidas no decorrer do Estágio Supervisionado II: leitura, interpretação
textual, produção textual, músicas, jogos, visitas de campo para favorecer a
construção das cinco áreas de conhecimentos e um ambiente propicio de
construção do saber.
Outro ponto
bastante discutido foi a avaliação que ocorreu de forma processual, porque um sistema educacional comprometido com
o desenvolvimento das capacidades dos alunos, que se expressam pela qualidade
das relações que estabelecem e pela profundidade dos saberes construídos,
encontra, na avaliação, uma referência á analise de seus propósitos, que lhe
permite redimensionar investimentos, afim de que os alunos aprendam cada vez
melhor e atinjam os objetivos propostos.
Utilizar a
avaliação como instrumento para o desenvolvimento das atividades propostas,
requer que ela não seja interpretada como um momento estático, mas antes como
um momento de observação de um processo dinâmico e não-linear de construção do
conhecimento.
Em suma a
avaliação contemplada nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNS, v2. p.28) é
compreendida como: elemento integrador entre a aprendizagem e o ensino;
conjunto de ações cujo objetivo é o ajuste e a orientação da intervenção
pedagógica para que o aluno aprenda da melhor forma. Conjunto de ações que
busca obter informações sobre o que foi aprendido e como elemento de reflexão
continua para o professor sobre sua pratica educativa; instrumento que
possibilita ao aluno tomar consciência de seus avanços, dificuldades e
possibilidades; ação que ocorre durante todo o processo de ensino e aprendizagem
e não apenas em momentos específicos caracterizados como fechamento de grandes
etapas de trabalho.
Uma concepção
desse tipo pressupõe considerar tanto o processo que o aluno desenvolve ao
aprender como o produto alcançado. Pressupõe também que a avaliação se aplique
não apenas ao aluno, considerando as expectativas de aprendizagem, mas ás
condições oferecidas para que isso ocorra. Avaliar a aprendizagem durante o
período de regência, implica avaliar o ensino oferecido a fim de atender as
perspectivas do aluno. Sendo assim, as atividades propostas foram avaliadas na
perspectiva da interação discursiva que estavam presente nas leituras e
produções de textos. Foi por meio das produções orais e escritas de textos
diversos, que os conteúdos aprendidos pelos alunos foram avaliados.
4. APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS
Há décadas que se buscam métodos e práticas educativas adequadas ao aprendizado do sujeito. Desta forma é atribuição do educador medir e facilitar a aprendizagem, priorizando a “bagagem” de conhecimento trazido por seus alunos, ajudando-os a transformar seus conhecimentos em algo útil, possível de aplicar no meio social. Diante dessa analise não posso deixar de concordar com Freire (1996, p.145): “ensinar não é transferir conhecimento, mas criar possibilidade para sua própria produção ou construção em que o conhecimento seu vivido e testemunhado pelo agente pedagógico”.
A experiência do
Estágio Supervisionado II possibilitou-me a testemunhar e comprovar que ser
educador não é necessariamente ensinar o sujeito a ler o mundo, mas entender e
viver o sentido profundo dos transformadores constante da sociedade, incluindo
a diversidade de conhecimento, alem de não se preocupar em educar o sujeito
meramente pelo mercado de trabalho. O planejamento das atividades desenvolvidas
na regência de classe exigiu-nos ampla compreensão, uma vez que esta por
inúmeras vezes foi redimensionada, a fim de atender as necessidades da classe.
Mas, isso não
fica garantido. A partir disso percebemos que a concepção de educador nos dias
atuais necessita ser repensada, afim de que os direitos assegurados pela Lei de
diretrizes e Bases Nacionais (LDB) garantam efetivamente afirma o art.1º. A
educação abrange os processos formativos que se desenvolvam na vida familiar,
na convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa nos
movimentos sociais e organizações de sociedade civil e nas manifestações
culturais. O outro aspecto muito importante observado no período de regência de
classe diz respeito à aprendizagem significativa. Pois os processos de
aprendizagem desempenham uma função cultural no desenvolvimento humano,
principalmente quando valorizamos os conhecimentos prévios. Pois como diz
(Freire), o principal mediador da aprendizagem é o aprendiz.
Portanto, faz-se
necessário o educador situa-se como norteador das vias construtivas
considerando o sujeito como objeto critico-reflexivo, a fim de ativar os
valores fundamentais que contribuirão com a formação autônoma de uma sociedade
justa, igualitária e comprometida com os princípios morais e éticos próprios de
uma cidadania.
4.2 Projeto Pedagógico
O Projeto
Pedagógico da escola visa à implantação e efetivação das praticas educacionais
que garantam o sucesso e a permanência do aluno na escola. O qual pretende
expressar a reflexão e a decisão da escola sobre o ensino, o que ensinar como
ensinar e como avaliar. Manifestando-se
a esse respeito sobre a revisão anula do PP, para definir as novas metas e a
inserção de novos objetivos para atender as necessidades dos novos alunos
oriundos das escolas de Ensino Fundamental II.
Desta forma a
organização do trabalho pedagógico caracteriza-se como uma dimensão muito importante
para a revisão do Projeto Pedagógico da escola como um todo. Os Projetos Pedagógicos,
como sabem é um instrumento que nos dar direções, nos aponta caminhos,
prevendo, de forma flexível, modos de caminhar. O projeto é um eixo organizador
da ação de todos que fazem parte da comunidade escolar. Apresenta quem somos e
nossos papeis, nossos valores e modos de pensar os processos de
ensino-aprendizagem, além do que desejamos com o trabalho pedagógico.
Pensar o papel
político e pedagógico que a escola cumpre no interior de uma sociedade
historicamente situada, dividida em classes sociais dentro de um modo de
produção capitalista, implica em reconhecer a educação como um ato político, que
possui uma intencionalidade e contraditoriamente, vem contribuindo, ou para
reforçar o modelo de sociedade, sua ideologia, a cultura e os saberes que são
considerados relevantes para os grupos que possuem maior poder.
Portanto para
desvelar a própria forma como a escola se articula com a sociedade e seu
projeto político, constituindo-se num espaço de ações afirmativas e formativas,
de construção de uma contra-ideologia, onde a cultura e os saberes dos grupos
sociais que historicamente tem sua história negada, silenciada, distorcida,
estejam em dialogo permanente com os saberes historicamente acumulados e
sistematizados na humanidade.
Compreendemos,
portanto, que o próprio processo de educação e, em especifico, a escola, é um
dado cultural, é uma elaboração histórica dos homens. Este é um espaço por
excelência, onde gestores de escola e de políticas públicas e educadores se
educam, elaboram sua forma de compreender o mundo, a educação, a humanidade e o
conhecimento. Esta concepção permitiu a
organização do trabalho pedagógico escolar e nele a construção do Projeto
Político Pedagógico.
Cabe destacar
que o modo como o educador e o gestor se posicionam diante da realidade, e como
participa da historia e como concebem o saber, a relação que estabelecem com os
seus educando na prática pedagógica, e a própria comunidade escolar reflete
seus saberes, sua cultura, adquiridos ao longo da sua história de vida, a
partir da influencia, da família, da escola, da igreja, do trabalho, do
sindicato, do partido, enfim, de uma determinada sociedade num determinado
tempo e espaço.
É sempre a
sociedade que dita à concepção de cada educador que tem e exerce o seu papel,
no mundo de executá-lo, das finalidades de sua ação, tudo isso de acordo com a
posição que o próprio educador ocupa na sociedade. A noção de posição está
tomada aqui no sentido histórico-diáletico amplo e indica por isso não só os
fundamentos materiais da realidade social do educador, mas igualmente o
conjunto de suas idéias em todos os terrenos e muito particularmente no da sua
própria educação.
Por isso, em
cada etapa do desenvolvimento social o conteúdo e a forma da educação que a
sociedade dá aos seus membros e vão mudando de acordo com os interesses gerais
de tal momento. Reforça-se neste sentido, a importância que o Projeto
Pedagógico traz como marca da concepção de mundo, humanidade e educação dos
gestores, das políticas públicas, e dos educadores, uma vez que não existe
neutralidade no fazer pedagógico. A respeito disso Freire (1996, p.145) destaca:
Não posso ser professor se não percebo
cada vez melhor que por não ser neutra a minha pratica exige de mim uma
definição. Uma tomada de posição. Decisão. Ruptura. Exige de mim que escolha
entre isto e aquilo. Não posso ser professo a favor de quem quer que seja e a
favor de não importa o quê. Não posso ser professor a favor do homem da
humanidade, frase de uma vanguidade demasiada contrastante com a concretude da
pratica educativa. Sou professor a favor da decência contra o despudor, a favor
da liberdade contra o autoritarismo, da autoridade contra licenciosidade, da
democracia contra ditadura de direita ou de esquerda.
Diante da
analise do autor é importante ressaltar que a escola parte do momento
histórico-social, deve ser vista com palco de uma dimensão de luta de classe. É
nesse processe de engajamento e de luta na escola burguesa que o educador se educa (Valle, 1997, p.90) e
desenvolve seu trabalho pedagógico.
Neste sentido
que se afirma a escola como instituição histórica e cultural que incorporará
interesses ideológicos e políticos, constituindo-se um espaço onde experiências
humanas são produzidas, contestadas e legitimadas. É partindo desses
pressupostos que a idealização de uma sociedade organizada parte dos princípios
ideológicos, que conheça seus direitos e deveres, neste sentido a escola se
apresenta como a instituição reprodutora do das desigualdades sociais
implantadas pelo sistema através dos livros didáticos e de propostas
pedagógicas que não sanam as necessidades do individuo que precisa chegar ao
mercado de trabalho preparado para lidar com as imposições do capitalismo.
Visando essa
realidade que oprime e ao mesmo tempo diz a todos que têm direitos iguais o
planejamento e as ações foram planejadas de acordo com as propostas inclusas no
plano de ação e que integrar-se as experiências e os saberes que os alunos já
trazem consigo e respeitando as abordagens feitas no Projeto Pedagógico da
Escola.
No entanto,
refletir a prática pedagógica na sala de aula significa entre muitas coisas
ouvir os alunos e levá-los a construir novas hipóteses sobre o objeto de
estudo, valorizá-las e questioná-las; compreender a lógica dos seus erros;
surpreender-se com respostas inesperadas e pesquisar os caminhos percorridos na
formação de conceitos. Refletir sobre a prática pedagógica significa pensar
sobre o que nela ocorre, sobre sua atuação como professor, sobre a relação
entre o que se planeja e o que realmente acontece, enfim refletir sobre as
razoes pela qual o planejamento deve ser refeito constantemente.
Por fim,
refletir sobre sua própria reflexão implica na troca de experiências com outros
colegas, permitindo outras leituras de sua atuação na sala de aula; o repensar
a própria leitura e a busca de resposta para os questionamentos sobre como se
adequar à realidade tão particular do contexto escolar.
Assim, mais que
a opção por um método, por uma teoria, o sucesso dos alunos depende de uma
pedagogia em que se busque compreender seu processo de aprendizagem, em que se
ajuste a ajuda necessária constantemente, em que se acredite que a aprendizagem
é mais bem sucedida em circunstancias nas quais preponderam à confiança, o
respeito, a responsabilidade e a expectativa positiva.
Partindo do
pressuposto que o maior desafio da educação reside na formação integral do
cidadão é pertinente que o educador perceba a importância da intervenção
pedagógica na construção da sociedade do conhecimento, logo, a mesma deverá ser
pautada nos princípios que se voltam à consolidação da cidadania. O avanço
dessa proposta vem oportunizando olhares plurais no ensino-aprendizagem e
previamente construindo um novo processo de articulação de significados e
norteados no PP da escola.
Entretanto ao
percebermos que os alunos apresentavam dificuldades em realizar leitura,
interpretação e produção, aplicamos nossa proposta de desenvolver leituras
variadas com a finalidade de desenvolver o gosto pela leitura e garantir a
aprendizagem significativa num espaço adequado à construção de saberes.
4.3 Relação Professor/ Aluno
Em primeiro
lugar diríamos que há no interior da escola, uma relação básica fundamental
sobre a qual devemos tecer algumas considerações básicas: trata-se da relação
professor - educando, a primeira a existir no âmbito da atividade educacional,
pois existe o educador para ensinar e o educando para ser educado. É essa
relação que deve determinar as demais no interior da escola. Entretanto, o
trabalho educacional requer intervenções em caráter urgente, afim de que o
cidadão aprenda a respeitar as diferenças em todos os aspectos estabelecendo
vínculos de confiança com o intuito de construir uma prática cooperativa e
solidária que venha contribuir diretamente com a formação de indivíduos
epistêmicos capazes de intervir, construir e transformar a sociedade onde vive.
De acordo com Freire (1984,
p.25):
A relação professor-aluno deve ser vinculo libertador
baseado no dialogo, em que ambos se posicionam como sujeitos do ato de
conhecer. Assim o professor deve buscar constantemente refletir sobre o seu papel,
compreendendo as implicações do trabalho pedagógico na sua pratica e entendendo
o ato pedagógico como um ato que busca e desenvolve o conhecimento.
Portanto,
durante a regência de classe através das atividades pedagógicas, possibilitamos
uma relação sadia e democrática com os educando permitindo de maneira, eficaz e
necessária a pratica dialógica, pelo qual alunos e professores favoreceram a
construção de uma ambiente participativo, onde juntos buscavam alternativas
para sanar os problemas apresentados durante o período do Estágio
Supervisionado II. Enfim, estar
comprovado que deve sempre existir uma interação entre educando e educador, a
fim de assegurar uma educação de qualidade.
5. CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES
Esta experiência
de Estágio representou um momento de elaboração e reflexão acerca da prática
pedagógica, através da qual estabelecemos contatos com muitas teorias e
opiniões sobre educação experimentando na vivencia com os nossos alunos, que
muita coisa ainda precisa mudar, principalmente na escola pública onde os
interesses políticos influenciam significativamente nessas mudanças, servindo
como obstáculo entre o que se propões e as práticas pedagógicas no ambiente da
sala de aula tornando assim a escola ineficiente e sem qualidade para
corresponder aos anseios da sociedade.
Sendo assim o
estágio foi uma experiência que contribui de forma significativa na minha
formação profissional, possibilitando uma integração maior na construção das
novas metodologias, podendo assim definir o espaço e tempo de atuação com a
inserção das práticas norteadoras da educação respeitando e valorizando os
conhecimentos prévios dos nossos alunos.
Assim pude perceber e contribuir
na formação de sujeitos autônomos e consciente do seu papel na sociedade.
Dessa forma a
escola comprometida com o ensino de qualidade, deve buscar formar cidadãos
capazes de interferir criticamente na realidade para transformá-la, além de
também contemplar o desenvolvimento de capacidades que possibilita adaptações às
complexas condições e alternativas de trabalho.
Nos dias atuais
o currículo deve estar apto a lidar com a rapidez na produção e na circulação
de novos conhecimentos e informações, que tem sido avassaladores e crescentes.
A partir dessa reflexão a formação escolar deve possibilitar aos alunos e
professores condições para desenvolver competência e consciência profissional,
mas não restringir-se ao ensino de habilidades imediatamente demandadas pelo
mercado de trabalho.
Diante desse
contexto, a escola na perspectiva de construção de cidadania, precisa assumir a
valorização da cultura de sua própria comunidade e, ao mesmo tempo, buscar
ultrapassar seus limites, propiciando as crianças pertencentes aos diferentes
grupos sociais o acesso ao saber, tanto no que diz respeito aos conhecimentos
socialmente relevantes da cultura brasileira no âmbito nacional e regional como
no que faz parte do patrimônio universal da humanidade.
Nessa
perspectiva, é essencial a vinculação da escola com as questões sociais e com
os valores democráticos, não só do ponto de vista da seleção e tratamento dos
conteúdos, como também da própria organização escolar. Para que possamos
atender a essa demanda social é importante que o professor fique atento as
dificuldades das crianças, afim de ajudá-las a avançar cognitivamente. Pois os
alunos precisam ver no educador alguém disposto a auxiliá-las em suas
conquistas. Portanto, o professor deve estar aberto para ouvir e procurar
entender as duvidas e anseios do aprendiz.
6. REFERÊNCIAS:
6. REFERÊNCIAS:
BRASIL, Secretária de Educação. Parâmetros Curriculares Nacionais.
Brasília: MEC/ SEF, 1998. v2.p.17-28.
BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional Lei nº. 9.394/96.
CARDIA N. A. Violência Urbana na escola:
Contemporaneidade educacional. v2 1994. p.48.
CHAVES, Educando. A Metodologia de Projeto de Aprendizagem e o
desenvolvimento
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obrigado,me ajudou bastante
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